Assim é a vida

Uma das coisas que lembro do meu tempo de infância, é de minha mãe confeccionando tapetes ou colchas com  sobras de retalhos. Os retalhos menores eram para os tapetes, os maiores, eram aproveitados nas colchas. Haviam tudo quanto é tipo e cor de tecidos, juntos ficavam perfeitos.
Existem pessoas, que quando observo de longe, lembram os tapetes  e as colchas de minha mãe, são criaturas belas, delicadas, informadas e sem defeitos, parece até que a perfeição tomou emprestado o seu modo para existir.
De longe parece, mas nada é perfeito, cada ser é que sabe de seus retalhos.
Ora de longe, ora de perto, assim é a vida, parece ser um tapete ou uma colcha de retalhos. Os retalhos são de todos os tamanhos, de muitas cores e de muitos jeitos. As emendas dos tecidos, algumas são bonitas, bem feitas, alguns tecidos são leves, claros, alegres. Outros são ásperos, rasgados, costuras grossas e feias.
Nos tapetes e colchas de nossas vidas, existem partes coloridas, floridas, são os momentos marcantes, alegres e felizes. 
Há também partes escuras, esgaçadas, desfiadas, sofridas, experiências de vida e jamais esquecidas.
Outras partes, ainda estão por terminar, estamos a procura de retalhos e linhas de qualidade para fazermos uma ótima costura. Quando vai acontecer!? Quem sabe!?

Assim é a vida, tapete, colcha, às vezes longa, às vezes curta, tem horas que odiamos, queremos rasgá-la, jogá-la fora, desaparecer para sempre. 
É nestas horas, que queremos ser vistos de longe.
Mas tem horas em que pegamos nosso tapete, nossa colcha nas mãos, contemplamos seus detalhes, sacudimos a poeira, olhamos o que importa e a vida passa a ser o que realmente é.

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