Por aqui, nas bandas do Sul, o inverno chegou. Carrega consigo noites longas e frias, geadas ao amanhecer e dias frios. O sol quando aparece é um tanto preguiçoso.
Ao amanhecer enquanto me desloco ao trabalho, sempre é possível visualizar sinais de fumaça saindo de chaminés. É sinal de que o frio chegou e o dono da casa está aquecendo o ambiente, afim de que todos sintam-se aconchegados.
O fogo foi uma das maiores descobertas do ser humano. Na Pré-história servia de proteção, afastava predadores, aquecia o ser humano e mais tarde passou a ser utilizado no cozimento de alimentos.
Em alguns locais, ainda é possível presenciar as velhas fogueiras de São João, animadas brincadeiras, muito risos e danças. É o fogo que nos períodos de frio reúne as pessoas, aproxima afetos e aquece corações.
Com o advento da luz elétrica, já não há tanta dependência do fogo. Com ela e com a criatividade humana, diariamente surgem novas invenções e melhorias. Aquecedores, estufas, ar condicionados e infinitas possibilidades de aquecimento.
Mesmo assim, com tantas alternativas, o coração humano anda passando muito frio. A sensação que tenho, é que quanto mais evoluímos, mais nos afastamos dos laços que proporcionam o calor humano. Há pessoas que são gigantescas geleiras, verdadeiras geladeiras ambulantes, esquecem da solidariedade e maldizem a sua má sorte no quesito felicidade. Impossível ser feliz sem aquecer o coração com a ternura, com o respeito, com a transparência e com amor ao próximo. Aquecer a existência, é condição para experimentar profunda alegria.
Se nem sempre é possível tomar um café, aquecer-se ao redor de um fogão, que o coração possa arder de esperança e de amor, que seja capaz de intensificar sentimentos e ações, despertando encantamento pela vida.
Em tempos de tantos invernos, nada substituirá o calor humano.
Abraço.