Você é o pintor

Aqui em casa, durante o ano todo sopra uma brisa leve. As vezes ela se intensifica, e dependendo do lado que vem, segundo os mais velhos, é chuva da boa e na certa. 
No inverno, as vezes eu reclamo, a sensação é que ela está congelando até os ossos. No verão, sua leveza e suavidade  me faz tão bem que nem sempre o percebo. 
É que as vezes percebemos e sentimos só o que não nos faz bem...

Estou aqui pensando em uma forma de capturar esse vento e colorir. Que cor você me indicaria para essa obra de arte? 
E se pudéssemos escrever na água que corre, neste mesmo vento que se espalha aos quatro cantos. O que escreveríamos? Qual seria a nossa mensagem?

Podemos não conseguir pintar o vento e escrever sob o leito do rio, mas podemos colorir  nossa casa, nossos sonhos, nossa vida e uma infinidade de outras coisas.
O significado da vida, tem exatamente o brilho da cor que mais gostamos. Mas a responsabilidade e a  tarefa de colorir é por conta e risco de cada um. 

No catálogo da vida, existem tantas cores lindas e brilhantes. Por que será que há tantas vidas sem gosto e com a tonalidade totalmente desbotada?

As tintas estão disponíveis, pincéis têm de montão, você é o pintor, sua vida é sua tela. Faça um bom trabalho.

Ah... os ventos sempre são favoráveis, se você souber onde quer chegar.
Bons ventos a você!

Meu blog é um trem

De onde trabalho e conforme a direção do vento, geralmente escuto o apito do velho trem que ainda circula por aqui, levando e trazendo turistas de muitas partes deste mundão de Deus.
Nesta manhã, ao ouvir seu apito, me venho a ideia de escrever este texto: Meu blog é um trem. Por que digo isso?
Porque muitas pessoas já embarcaram nesse trem e tem gostado desta viagem. Até o momento são 76 especiais passageiros, e sempre caberá mais um. Os últimos a embarcarem, recentemente foram a Patricia Galis e Vera Lúcia, culpa ou influência da Bia que viaja por aqui neste trem a algum tempo. Faço aqui meu dever de anfitrião. Sintam-se acolhidas por todos os passageiros e boa viagem.
Ilustres passageiros, a nossa vida não se parece a uma viagem de trem? Há embarques, surpresas agradáveis, alguns acidentes, e claro, tristeza em alguns desembarques.

No trem da vida vamos encontrar pessoas que estão apenas a passeio, outras só enxergam o lado ruim da viagem e outras estão dispostas a ajudar quem precise. Nesta viagem chamada vida, alguns passageiros ao desembarcarem deixam saudades eternas, outros, talvez nem se quer serão lembrados.
É raro, mas também acontece, alguns passageiros que são tão especiais para nós, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos, e somos obrigados a fazer a viagem separados deles. Podemos ir ao seu encontro? Claro que sim! Mas, dificilmente poderemos sentar ao seu lado, haverá alguém ocupando aquele assento. A viagem da vida é feita de sonhos, fantasias, encontros, desencontros e de pessoas. Cabe a nós nos relacionarmos da melhor maneira possível com os demais passageiros. Não sabemos e nunca saberemos em qual estação vamos descer, mas sabemos que em algum momento vamos precisar da ajuda de alguém e alguém de nosso apoio e carinho.

Amigos, o trem da vida segue sua viagem,  que seja tranquila nossa estadia, que valha a pena nossa viagem, e quando chegar a hora do desembarque, nosso lugar vazio, traga saudades e boas recordações, àqueles que prosseguirem a viagem.

Sinais

Após inúmeras e sucessivas geadas de um inverno típico aqui da região Sul, no final do mês de julho, fiz a poda de minhas quatro videiras, oito roseiras e mais algumas árvores frutíferas. 
Os sinais de vida já estão aparecendo.
Observem amigos leitores, como a vida e tudo se comunica através de sinais. Se não nos sentimos bem, é sinal de que algo está errado, se você tenta quatro, cinco vezes e não dá certo, é sinal de que é preciso tomar outro caminho, se você recebe um olhar carinhoso, um abraço, um sorriso estampado, é sinal de que você é acolhido. O que eu lamento amigos, é que nem sempre enxergamos esses sinais. Alguns porque andam muito depressa, outros, porque não querem enxergar mesmos. Aqui no blog, por exemplo, recentemente chegaram a Naty, a Liliane e a Lucinalva, (sintam-se em casa meninas!) Para mim é uma honra e um bom sinal. Tenho leitoras pelas quais criou-se vínculos de carinho, respeito e admiração, (Bia, Sissym, Milene, Cecília, Malu, Chica, Samanta, Van... ) Obrigado a essas mulheres, e isso é sinal de que estamos no caminho certo. Obrigado também aos muitos leitores que participam de forma anônima, mas com  seu jeito especial e único de ser.

A vida da gente é assinalada por muitos sinais. Temos alguns que herdamos de família, outros, de pessoas que se aproximaram de nós, e devido sua intensidade, nem o tempo consegue apagar. Mas viver é isso mesmo, é permitir que outros se aproximem e deixam cravados em nós os seus sinais. Precisamos desta bagagem para dar sentido a nossa aventura existencial.
Os sinais etão por toda  parte. No pôr do sol, na criança feliz, na chuva que cai, no voar de uma borboleta, na conversa entre amigos, nas ondas do mar, no brilho do olhar... Mas é tão fácil a gente perder de vista o que é importante!
Diminua o passo, acerte o compasso com a vida, ela é tão curta e pra quê andar tão de pressa? Quando você corre muito em uma direção, acaba pulando etapas, isso faz com que se perca um bocado de sinais e satisfação.  Observem mais os sinais.
Um fim de semana cheio de bons sinais pra você!

Fatos normais

Em meus textos, geralmente gosto de escrever sobre fatos "normais" que acontecem no nosso dia-a-dia, enquanto vamos levando a vida por diante. Também acho um grande desperdício de tempo e energia, ficar remoendo o passado. O que ficou para trás, pouco ou nada se pode mudar mesmo. Focar no momento presente é uma atitude inteligente e um gesto de honestidade para conosco.  Pessoalmente, acredito que não há nenhum sentido em batalhas que já terminaram.
Mas no dia de ontem, amigos, no intervalo do meio dia, fui cortar meus cabelos, é que não fico bem de cabelos compridos. Lá pelas tantas, adentra na sala duas pessoas desconhecidas mas, com uma simpatia que fazia algum tempo que não via. Apertaram a mão de todos os presentes, meu nome é fulano de tal, sou o candidato tal... Enquanto o infeliz  se apresentava, seu cabo eleitoral distribuía seus retratos. Como eles são simpáticos, nesta época! Todos são pessoas amigáveis e comprometidas com o que é de todos.

Houve algumas pessoas que perguntaram se ele, além de distribuir os "santinhos", distribuía vale gasolina, vale rancho e outras coisas, a exemplo de tantos candidatos. Ao perguntar para mim se já tinha em quem votar, a única resposta que me venho na cabeça foi sim, e o candidato é o meu cachorro. Houve-se alguns instantes de silêncio fúnebre e eu continuei: Meu cachorro é fiel a mim, há mais de cinco anos, faz tudo o que peço, todos os dias me recebe feliz da vida, se contenta com a ração que lhe sirvo e não suborna ou compra a comida, votos de outros cachorros. Paguei a conta e segui meu caminho. (Observação: Eu não tenho cachorro, acho que foi um desabafo).

Hoje, pensando calmamente na minha atitude de resposta, acredito que fiz a coisa certa. Se a consequência de minha resposta gerou inquietação ao candidato, já é um bom sinal.  Não sei o que se passou na cabeça dele, mas entre ele e o meu cachorro, preferi confiar no cachorro, isso significa que algo está errado com os homens políticos.
As consequências de nossas atitudes simples, podem mudar a maneira de pensar e agir de outras pessoas. Pergunte ao seu candidato, por exemplo, se ele é uma pessoa honesta. Isso vai gerar um certo impacto, e questionamentos virão. Por que o eleitor me perguntou se sou honesto? Precisamos fazer os candidatos pensarem antes de merecerem nosso voto.

De filho pra pai

Não há o que dizer, não há o que explicar. Há que sentir, há que viver.
Em 1983 meu papai partiu, e de forma precoce. As vontades de Deus, às vezes é imprevisível e um tanto quanto incompreensíveis. Na ocasião eu era um moleque igual a tantos outros da minha idade, descobrindo o mundo e aprendendo as oscilações da vida.
Engraçado meu velho, a imagem de você nunca se apagou da minha memória. Lembro que você trabalhava bastante e por isso, nunca nos faltou o pão na mesa. Lembro da sua fé, sua luta, sua causa, sua generosidade, às vezes brincalhão, às vezes silencioso e pensativo. Lembra da minha alegria quando o senhor chegava da venda com um punhado de caramelos em suas mãos? Quando me pegava no colo, me contava histórias? Não sei se o senhor  se recorda, mas me lembro bem quando levei a sua primeira bronca. 
Eu devia aprontar bastante né papai? 

Hoje eu sou um homem feito papai e devo muito a você.  Não se preocupe comigo, eu estou bem. É que domingo é dia dos pais, e principalmente neste dia eu sinto mais a sua falta. Eu queria poder te convidar pra almoçar lá em casa, te dar um abraço, passar o dia contigo, perguntar quantas vezes eu tirei o seu sono, se você cantava canções de ninar, o que sentiu quando me pegou no colo pela primeira vez, quando pronunciei as primeiras palavras, sabe, colocar nossas prosas em dia, essas coisas de filho pra pai. Por que partistes tão cedo cara?
Meu querido velho, esteja o senhor onde quer que esteja, saiba que tenho orgulho de ser seu filho. Gratidão eterna papai.

Amigos, neste dia dos pais, não se preocupem muito com presentes. Dê -lhe um forte abraço, ele ficará bem mais contente. Aproveitem seus pais, porque eu não tenho mais o meu para poder abraçar.

Live is one

Praticamente entramos na reta final do Jogos Olímpicos de Londres 2012. Gostei muito do lema dessas Olimpíadas: "Live is one" (Viva como se fosse o único).
O que dizer de nossa delegação composta por 259 atletas, sendo  136 homens e 123 mulheres? Atletas treinados e de alta performance. Será que eles entenderam o verdadeiro espírito olímpico, "Live is one"? Será que eles vestiram a camiseta, Brasil? Nesse exato momento em que escrevo este post, estamos com 02 medalhas de ouro, 01 mísero prata e 05 patacas de bronze,  ocupando a 22º colocação. Alguma coisa está errado! Há muito atleta pra pouca medalha.
Aplauso à delegação e ao povo Chinês.  Até então, 34 ouros, 20 pratas, 17 bronzes e 1º lugar. Certamente entenderam e vivem o lema desses Jogos Olímpicos.

Aproveitando o desenrolar das olimpíadas, o espírito de competição sempre esteve presente em nossas vidas e nunca se falou tanto, como nos dias atuais. Já repararam como vivemos competindo? Nossa vida começou competindo com milhões de outros espermatozóides, na infância, a competição é em ser o melhor filho(a), na escola, é tirar as melhores notas, na adolescência a competição é encontrar a melhor namorada (o), o melhor emprego. A vida parece uma infernal competição. Nas empresas, é o patrão que quer ser sempre melhor que o funcionário; na política o partido de tal é melhor que o partido de fulano de tal, em casa o marido quer ser sempre melhor que a mulher, pai disputando contra filho, irmãos contra irmãos, amigos tentando provar que é melhor que o outro. É assim no escritório, em casa, no clube... há necessidade disso tudo?

Nas olimpíadas da vida, o importante é somar forças e não competir um contra o outro. As pessoas parecem verdadeiros inimigos, rivais disputando espaços nas ruas e dentro de suas próprias casas. "Live is one", mas viva e vença com classe e, preferencialmente em equipe.

Qual é a sua marca?

Estive observando aqui em casa, a televisão é marca Samsung, a geladeira é Bosch, o fogão é Fischer, o antigo vídeo cassete é Semp, o carro que uso é... deixa pra lá! Já repararam o quanto estamos rodeados por marcas? Nossas casas são verdadeiros expositores. Digo mais, em minha calça está grudado um nome que não é o meu de batismo, em minhas camisetas, há nomes estranhos e desconheço seu significado, as meias falam de produtos que nem sei o que é, e por aí vai, meus tênis, meu relógio, meu cinto, escova, pente, minhas toalhas, meu isso, meu aquilo, meu Deus!.
Da cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes e gritos visuais. O pior de tudo isso,  meus amigos, é que não sou contratado e nem recebo uma moedinha sequer por andar desfilando por aí com essas  marcas e rótulos, pelo contrário, sou eu quem paga a conta para poder usar.
Essa parafernália de marcas e rótulos, acaba fazendo do ser humano um ser miserável, escravo da matéria anunciada. A ordem é estar na moda a qualquer preço, mesmo que para isso, seja preciso negar sua própria identidade.

Imaginem se cada família tivesse a sua própria marca, não haveria tanta competição, inveja, ciúmes, complexo de inferioridade e outras mazelas que o mundo moderno vem criando. Além de acabar com um bocado de problemas, criaríamos vínculos de admiração e respeito para com a marca do outro, uma vez, sendo ela exclusiva.
O poder que marcas e rótulos impõem sobre o ser humano é tão destruidor que acabam criando outros rótulos.  Rótulos e marcas internas. Esses sim corroem o ser humano em sua essência e dignidade. Não é raro encontrarmos pessoas angustiadas porque não conseguiram atingir suas metas, casais em pânico, depressão, porque não sabem se vão conseguir ter dinheiro para pagar as despesas do carro do ano, da roupa da estação, crianças estressadas, nervosas, porque o amiguinho tem o último lançamento do bonequinho Ben 10, da boneca Barbie e os pais não tem condições de comprar...
Temos a mania boba de querer ser sempre o melhor, o primeiro de todos, ter a melhor roupa, a melhor bolsa, o melhor carro, a melhor casa...
Devido a isso vivemos em correria e, muitas vezes, encontramos frustrações.
Precisamos ter ambição sim, ela é a única forma de progredirmos, mas ambição com objetivos e metas bem claros. No dia e no momento em que atingirmos essas metas, ganhamos a corrida, seremos os campeões, independentemente se o outro conseguiu antes ou depois. O importante é  você conseguir.

Medo é bom ou ruim?

Pés no chão, olhos no horizonte, alguma bagagem na mochila, aqui estou eu escrevendo mais uma postagem a vocês.
Meus amigos, podem falar o que quiserem, eu jamais pretendo escalar uma montanha gelada, nem mesmo o Everest, mas não vou nem amarrado! Prefiro ficar na base a olhar sua imponência. Outra coisa que não faço de jeito nenhum é pular de bungee jump (acho isso coisa de doido), posso até tentar um rafting, e olha lá, um surf em ondas médias, mas nada de radical. Já é um doideira  manter-se vivo nos dias de hoje, vou me arriscar com isso, pra quê?
Medo é uma coisa que dá em gente, não é mesmo? E sabe, é até bom, isso nos ajuda a proteger dos perigos do dia-a-dia. Tenho certeza que você tem ou já teve medos. Pode ser de assaltos, de avião, de sapo, de aranha, do mar, de ficar pra titio ou titia, de levar uma vida medíocre, de fantasmas...

Medo de perder alguém que a gente ama, porque rejeição dá medo mesmo. Medo de perder o emprego, ficar desempregado dá medo. Se você é uma dessas pessoas que tem medo, não se preocupe, você é normal, o medo é um sentimento legítimo.
O cuidado que devemos ter, é em relação a medos que paralisam nossa vida, que impedem a gente de crescer, de arriscar, de ousar, de mudar, transformar-se.
Medo é fundamental, mas não pode reger a vida da gente de jeito nenhum. Assim como todo o mundo, tenho os meus medos, mas me esforço pra mantê-los um pouco afastado de mim.  Todas as vezes que superei o medo, aprendi muitas coisas.

E o medo de morrer? (tinha que tocar nesse assunto, né!) Acredito que esse é o primeiro e o maior medo de todos. Mas vamos combinar uma coisa: Se a gente ficar pensando dias e noites na morte, a gente não vive, os dias passam a ser sem graça, e vamos contar o quê pros nossos netos? Quando se tem medo em excesso, perde-se o melhor da festa, que é o agora. Se você anda sofrendo muito com o medo de morrer, isso pode ser apenas medo de viver.

Isso não é justo

Olá amigos e amigas.
Sabe aquela situação onde não se tem nada a ver com a história e acaba sobrando pra você. Atitudes de pessoas que você confiava cegamente, lhe decepcionaram. Situações de onde você menos esperava, e a "bomba" acabou estourando em seu colo.
Nessas horas a gente se pergunta: Mas o que eu fiz de errado para estar passando por isso? Com tanta gente ruim por aí, porquê eu?
Quando sofremos uma injustiça infundada, a vontade é de chorar, gritar, se escabelar, sentimentos de revolta...
Quantos de vocês já sofreram esse tipo de injustiça?
Certamente a frase do título você já ouviu. Provavelmente já tenha mencionado em um ou outro momento de sua vida.

Se você nesse exato momento ligar sua televisão, rádio, abrir seu jornal, navegar em outras páginas, encontrará pessoas paupérrimas, miseráveis, que pouco têm ou que perderam tudo. São inundações, furacões, terremotos que destroem casas humildes, móveis, roupas, vidas e tudo mais. Isso é justo?
De outro lado, encontrará políticos condenados publicamente, mas já pensam em novos cargos, novos acordos e novas eleições. Criminosos de paletó e gravata, de punhos de seda, bandidos que ouvem Bach, que sabem distinguir em um olhar um Picasso de um Miró, todos com amplos direitos de defesa, segurança e visibilidade. Isso é justo?
A impressão que tenho, é que, realmente o mundo não é justo. Mas não. O mundo é o que é. Somos nós que o tornamos justo ou injusto, com nossas ações e com nossas escolhas.

É verdade que existem tragédias naturais, doenças que não podem ser evitadas. Mas o que fazemos a partir disso é o que importa. Se não podemos impedir, podemos votar, falar, mobilizar, doar, fazer, reparar, reconstruir. Podemos agir. Podemos mudar.

Falando de paz

Olá amigos, sou feliz por esse momento, por poder compartilhar mais um texto, e a você que prestigia este espaço, muito obrigado.
Em tempos de correria, falta de tempo para o essencial, encontros desmarcados, sonhos cancelados, ainda é possível falarmos de paz?
No meu tempo de adolescência e rebeldia, paz para mim era ficar sossegado no meu canto, poder fazer o que queria e na hora que queria, ter a liberdade a ponto de dizer para o pai, para a mãe, "me deixem em paz", trancar-se no quarto, escutar o meu som ou ficar em silêncio, sem jamais enfrentar uma contradição ou uma decepção qualquer.
Engraçado como o decorrer da vida vai mudando nossos conceitos e preconceitos. Hoje sei que paz não é nada do que sentia há anos passados. Aprendi que paz é o resultado do entendimento de algumas lições que a vida vai nos oferecendo no transcorrer dos anos .

Sei que ter paz é assumir responsabilidades, e acima de tudo cumpri-las. Sei que posso encontrá-la no dinamismo da vida, no trabalho, na esperança, na confiança, no sorriso, na fé. Paz é o fruto da certeza do que se fez ou tentou-se fazer o melhor.
Acredito que para termos paz, não precisamos que os outros se modifiquem para nos agradar. A paz acontece quando aprendemos a respeitar opiniões contrárias, a perdoar ofensas,  quando aprendemos com os próprios erros, e a chorar ou a sorrir quando se tem vontade.

A paz que sinto hoje, faz admitir minhas imperfeições, reconhecer medos, fraquezas, carências, me permite saber que nem sempre tenho razão, me impulsiona a melhorar o que está ao meu alcance, a aceitar o que não pode ser mudado, a ter lucidez para distinguir uma coisa da outra, e acima de tudo, a ter humildade para reconhecer que nunca saberei tudo e que aprenderei muito com todos vocês.
Abraços cheio de paz!