Quando pequeno, eu e meus irmãos não víamos a hora de chegar o final de semana para irmos passear juntos com o pai e a mãe na casa dos vizinhos. Antes de sair de casa, a mãe sempre nos passava a lição de como nos comportar na casa dos outros e diante das visitas. Após isso, lá íamos nós, felizes da vida e todo mundo a pé.
O mais legal é que ninguém avisava ninguém, não existia e-mails, telefones, redes sociais... Quando menos se esperava, estávamos chegando na casa de alguém ou alguém chegando em nossa casa. E olha que era uma alegria inexplicável.
Enquanto os adultos conversavam seus assuntos, nós crianças olhava aquela casa simples e acolhedora. Não sei porque, mas lembro que em toda a casa que visitei quando pequeno, haviam pendurados na parede, fotos de pessoas antigas e geralmente um quadro da Santa Ceia. Na nossa casa também tinha!
A nossa alegria se completava, quando alguém nos chamava para tomar o café. E não era só café, era um banquete! Haviam pães, bolo, bolinho de chuva, queijo, manteiga, broa, cuca... uma mesa farta de tudo o que é bom.
A vida transbordava simplicidade, acolhida, ternura, alegria e amizade.
A vida transbordava simplicidade, acolhida, ternura, alegria e amizade.
Não sei se você leitor concorda comigo, mas definitivamente os tempos são outros. Hoje temos telefones, celulares, e-mails, inúmeras formas de comunicação em nossas casas e estamos cada vez mais isolados.
Chegar de paraquedas na casa de alguém, como antigamente, nem pensar, pode ser uma afronta. Se quiser tomar um café, é preciso ligar antes, ver disponibilidade, agendar data e hora.
O fato é que ninguém mais quer receber visitas em casa! É mais fácil combinarmos um café e irmos a uma cafeteria por exemplo. Quando se quer encontrar com amigos, pra quê escolher a casa de alguém, se existem inúmeras opções de bares disponíveis? Vamos almoçar juntos? - Vamos! Mas, em qual restaurante? Fechamos as portas para as boas lembranças e cultivamos uma casa solitária. Preferimos cada um na sua e ninguém na de ninguém.
Chegar de paraquedas na casa de alguém, como antigamente, nem pensar, pode ser uma afronta. Se quiser tomar um café, é preciso ligar antes, ver disponibilidade, agendar data e hora.
O fato é que ninguém mais quer receber visitas em casa! É mais fácil combinarmos um café e irmos a uma cafeteria por exemplo. Quando se quer encontrar com amigos, pra quê escolher a casa de alguém, se existem inúmeras opções de bares disponíveis? Vamos almoçar juntos? - Vamos! Mas, em qual restaurante? Fechamos as portas para as boas lembranças e cultivamos uma casa solitária. Preferimos cada um na sua e ninguém na de ninguém.