" Era uma vez... numa terra muito distante... uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima. Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico... Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um lindo príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e construir lar feliz no teu lindo castelo. A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein? ... nem morta!" _ Luís Fernando Veríssimo.
Há muito se repete que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações e que com tal igualdade devem ser tratados. Trata-se de um dos principais pilares da igualdade jurídica preconizada como direito fundamental.
Mas ainda é só uma previsão legal, pois a realidade demonstra que a mais degradante desigualdade no tratamento desses direitos ainda pesa sobre as costas das mulheres. A saber, é gritante a diferença de salários entre homens e mulheres, no exercício do mesmo trabalho e da mesma função, sendo os cargos mais elevados e de maior prestígio nas organizações, ocupados por homens em sua grande maioria.
No que tange a ceara política, a situação é mais deprimente ainda. Basta olharmos a composição de nossos poderes para constatarmos uma sociedade doente, corrompida, construída sob a égide do machismo, do patriarcalismo, na qual o homem sempre ocupou o espaço público e a mulher, o privado.
É equivocada e precisa ser urgentemente revista a ideia/desculpa de que as mulheres são mais inclinadas ao trato familiar do que o profissional ou politico, haja vista que, quem conquistou postos importantes comprovaram e comprovam de maneira incontestável que conseguem, com maestria e ternura, conciliar carreira e família.
Resta esperar e torcer para que o princípio da igualdade entre gêneros torne-se uma realidade presente, na qual a conquista das mulheres não seja mais uma notícia, mas sim, cotidiano de todas.
Feliz dia das mulheres!