Em maio de 2011, aqui neste mesmo blog escrevi: Por que as coisas não acontecem?
Com o coração alegre e esperança renovada, hoje escrevo o contrário: Por que as coisas acontecem?
Se o grande sonhador, Raul Seixas, que protestava cantando, estivesse vivo, certamente entraria em surto de felicidade. O "sonho de sonhador" encontra-se na pauta dos dias. Trata-se de um sonho ao contrário, porém com a mesma força política. "No dia em que todas as pessoas do planeta inteiro resolveram que ninguém ia sair de casa" equivale ao dia em que todas as pessoas foram às ruas. A terra realmente parou, nem que só para olhar.
Há quem diga que é a vez do povo mostrar a sua força e há quem acredite que a massa é manipulada, que tudo isso seja manobra, interesses escusos e que a verdade, um dia virá à tona.
Interpretações a parte, o certo é que o ser humano tem sua consciência e um enorme leque de escolhas. E a grande massa escolheu protestar, estar nas ruas porque compreendeu que sonhos não são mágicas e "quem quer não espera acontecer".
Os frutos são notórios: Passagem de ônibus sofre redução, praticamente em todo o país, Congresso e Senado reunidos e votando projetos em plena tarde de jogo da seleção brasileira, Pec 37 é arquivada, passe livre para estudantes é aprovado em alguns estados, inúmeros projetos em discussão e outros em votação sobre educação, corrupção, saúde, saneamento básico e infraestrutura...
As coisas acontecem porque o "gigante" acordou, cresceu, amadureceu e chegou a hora de abandonar o "berço esplêndido".
As coisas acontecem porque estamos assumindo e levando a sério o que é nosso.- a coisa pública.
As coisas acontecem porque estamos deixando de ser uma nação comédia, porque entendemos que Brasil não é só carnaval, mulheres bonitas, futebol e corrupção.
As coisas acontecem porque cansamos de não ter vez e nem voz.
As coisas acontecem porque a primeira revolução aconteceu dentro da gente.
Abraço.