Fome de valores

Olá amigos (as).
Quando penso na minha infância, recordo-me de certos acontecimentos e a impressão que tenho, parece que aconteceram ontem ou minutos atrás.  São imagens e fatos marcantes, inseparáveis que adquirem espaço na mente e no coração. Acredito que alguns fatos marcantes, em épocas distantes não envelhecem nunca.
Lembro-me de meu primeiro brinquedo, era Natal e eu pedi ao Papai Noel uma gaitinha de boca, mas ganhei um caminhãozinho. - Que festa! Esqueci a gaitinha na mesma hora, fiz estradas, desfilava entre as plantas ao redor de casa, negociava com os amiguinhos e fazia frete de tudo o que podia carregar. O nosso dinheiro eram folhas de bergamoteiras, as folhas amarelas, valiam mais que as verdes. Também construí uma garagem para o meu caminhão. Acredito que todos nós temos ótimas lembranças guardadas em nossa memória.

Quem nunca brincou de roda? De balanço, de pular corda, amarelinha? Que menina nunca serviu um chazinho a suas amiguinhas? Alguém já esqueceu o primeiro namoradinho(a) de infância? O primeiro tombo de bicicleta? A primeira professora?
Outra lição de vida que aprendi quando criança, utilizo até hoje e passarei para meus filhos, é que não podia sobrar nada no prato, nem mesmo um grão de arroz. O que era servido deveria ser consumido. Não se podia nem mesmo pisar sobre as migalhas que caiam no chão. O alimento é sagrado nos ensinara papai. Evidente que eram tempos difíceis, mas nunca nos faltou o essencial.
Dados de 2011 levantados pela FGV, indicam que 26,3 milhões de toneladas de alimentos vão para o lixo todos os anos aqui no Brasil. Desse total desperdiçado, segundo a EMBRAPA, 14 milhões de toneladas são de frutas, hortaliças e grãos. Segundo o IBGE, 1/3 desses alimentos que vão para o lixo dariam para alimentar todos os brasileiros que passam fome.
A população mundial passou dos 7 bilhões de habitantes. Até quando o planeta produzirá alimentos para serem desperdiçados?

Mas o ser humano não tem apenas fome de alimentos. Temos fome de justiça, de ética, de vergonha na cara, de democracia, de paz, de ternura, de espiritualidade, de vontade política e sensibilidade humana. Estamos insatisfeitos e inquietos, porque o nosso existir requer um saciar-se integralmente. 

10 comentários:

  1. É incrível isso!! Parece que nos contentávamos muito mais. Agora, aparecem cada vez mais e mais "necessidades".

    E a fome? Triste e ainda mais pensar no quanto é desperdiçado!! Triste,mas verdadeiro! abraços,chica

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    1. Oi chica,
      Contentávamos com coisas simples e necessárias. Hoje, criam-se necessidades desnecessárias.

      Quanto a fome? No Brasil é preferível jogar ao lixo alimentos a fazer uma boa ação. Lamentável.
      Abraços.

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  2. Com este post até recordei a minha infância... que nostalgia!

    Não imaginava que havia tanta comida desperdiçada :(

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    1. Olá Mafalda, realmente recordar a infância, nos faz lembrar momentos nostálgicos.

      O Brasil é o quarto maior produtor de alimentos do mundo. Talvez esteja aí um dos fatores de tanto desperdícios. Outro fator que contribui para perda de alimentos é a falta de políticas púbicas e investimentos no setor de transporte e armazenamento.
      Forte abraço.

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  3. Oi, Alcará! O desperdício de alimentos é uma triste realidade. Tento ser bem econômica nesse sentido, fazer comida o suficiente e se sobra, tento reaproveitar. Quanto às fomes de valores, infelizmente muitos não as tem. Por isso não se dão ao trabalho de pensar no outro. Ah, há alguns dias eu abri o Putz ao público, meio em "off", quem descobrir, descobriu. Se quiser dar uma passada por lá, será bem vindo. Um abraço!

    www.putzrevoltz.blogspot.com.br

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    1. Oi Bia, fico feliz que tenha essa consciência em relação aos alimentos.
      Infelizmente muitos compram por impulso ou em demasia, e o que sobra acaba parando na lixeira.

      Em breve, vou dar uma olhada sim e ver o que significa esse tal de Putz.
      Forte abraço.

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  4. Eu, Nestor, tenho fome de viver.

    Fome de viver,
    fome de ser feliz,
    fome de ser respeitada,
    fome de justiça.

    Fome de vencer
    fome de ser aprendiz,
    fome de ser estimada,
    fome de segurança.

    Eu não desperdiço nada, penso que tudo é ciclico. Se eu ganho, se eu compro, tenho que fazer a roda girar. Levo para outras pessoas algo que possa ser útil. Não há nada que eu mais despreze quando deixo uma comida estragar ou perder a validade por não ser consumida, comprada demais para poucos.

    Mas hoje, algo que me chateia diariamente no Rio de Janeiro se chama EDUCAÇÃO. Que povo é este que cada vez mais não respeita os direitos de cidadania, civilidade, fraternidade?

    BEIJOS

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    1. Oi Sissym!
      Há um ditado popular que diz: "A fome ensina a comer".

      Seus anseios somam-se aos de uma multidão que não se contentam mais em só encher a barriga.

      Cidadania, civilidade, fraternidade? Você já respondeu sua pergunta. EDUCAÇÃO. Um povo sem educação é semelhante a uma boiada sem o tropeiro. Todos perdidos,pra lá e pra cá, e cada um faz o que bem entender.

      Precisamos repensar sério nossa educação e valores.
      Obrigado pela contribuição.
      Forte Abraço.

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  5. Olá Nestor,

    A infancia é a melhor época de uma pessoa, onde tudo o que queremos é brincar. Eu sinto saudade sim, dessa epoca, foi uma época muito feliz para mim, com minha mãe e meus irmãos. Mas é só isso, só saudade, não gostaria de voltar para essa época, amo o momento que estou vivendo, com minhas três filhas. Brinco com elas, passeamos muitos, converamos muito. Quero que quando elas crescerem, elas tambem sintam uma saudade gostosa desse tempo, como eu sinto.

    Lindo seu texto Nestor.

    Bjs

    http://marcia-pimentel.blogspot.com.br/2012/05/lindos-selinhos.html

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    1. Oi Marcia,
      Infância é tudo de bom sim! Além de brincar, é ali que aprendemos os primeiros valores em família.

      Para quem sabe viver cada fase da vida, não há necessidade de querer retornar ao tempo de infância.
      Forte abraço!

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Que legal! Família Alcará agradece ao seu comentário nota 10. Em breve estará disponível a todos.