Nostalgia

Não sei se esse texto é uma reflexão, uma crônica ou uma fábula, o fato é que a alma pede e eu escrevo.
Estamos vivendo no ano de 2011, esse é o nosso presente e não temos como fugir.
Divagando entre o presente e o passado, confesso que se pudesse escolher, eu voltaria a viver no passado. 
É setembro, embora a primavera se aproxima com suas cores e amores, me sinto envolto por um mar de lamas.
Aqui no presente existe muito dinheiro, mas falta para a saúde,  para a educação, para as estradas, para moradias, para segurança e para um monte de coisas.  Neste mar de lamas, os homens não são sérios, não cumprem o que prometem, não sabem o que é honra, não pensam mais no coletivo,  tudo é em função de seu individualismo. Ao fundo do cenário podemos escutar alguém tocando intensamente a triste música de réquiem. Por que que fui sair do passado?
No passado tínhamos o amor por princípio, a ordem por base e o progresso como fim. Eu tinha medo de sapos, de morcegos, de escuro e de filmes de terror, hoje tenho medo de andar nas ruas, de uma bala perdida, de ser a próxima vítima. Alguém sabe me responder o que aconteceu com o homem do presente? A realidade é tudo tão sem sentido. Coisas tão absurdas acabam ficando normais.

Entre miliares de jovens, eu fui um dos caras pintadas na época das rebeliões onde os jovens engajavam-se por suas aspirações e ideais. Que força maldita os homens de hoje lançam sobre seus jovens que  os anestesiam? Outros procuram fugas, refúgios, soluções no crak, no oxi e drogas alucinógenas.
No passado, em mesas redondas, discutíamos obras de grandes pensadores como: Platão, Karl Marx, Marcuse, Hegel, Sartre, Rousseau e tantos outros que caíram no esquecimento ou estão escondidos em nossas gavetas. No presente quem são os nossos pensadores?! Com quem vamos discutir ou "partejar" nossas idéias, como dizia o filósofo Sócrates?

Assim como a primavera que insiste em florir e alheio a esse mar de lamas, ainda há esperança. No bojo da sociedade há de surgir novos grilhões e formas de resistência que chamarão de volta das profundezas desse mar,  os homens de hoje, para uma nova e transformadora realidade.

2 comentários:

  1. Família Alcara, acredito que só vamos diminuir o mal seajudarmos as pessoas neutras a descobrir seu potencial de generosidade, bondade, gentileza e outras virtudes que podem virar fermento e se infiltrar de maneira positiva na vida em geral.

    www.diariamente.com.br

    Um abraço

    Talita

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  2. Olá Talita,
    Obrigado por seu comentário em nosso blog.
    Cabe a nós pessoas de bem, espalhar as sementes, se elas forem boas, colheremos os frutos.
    Abraço.

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Que legal! Família Alcará agradece ao seu comentário nota 10. Em breve estará disponível a todos.